Campinas, SP, 11 (AFI) – A linha editorial da coluna é o futebol doméstico de Campinas, todavia sem desconsiderar excepcionalidades. Dá gosto observar treinadores com claras definições de objetivos diante de circunstâncias de uma partida, como neste dramático empate por 2 a 2 entre Mirassol e Santos, na noite deste domingo, no interior paulista.
Quando o lateral-direito Rodrigo Ferreira, do Mirassol, foi expulso, aos 15 minutos do segundo tempo, o panorama era de equilíbrio e o placar registrava empate por 1 a 1.
RODRIGO FERREIRA
Por sinal, que expulsão estúpida e desnecessária.
Se o atleta já havia sido advertido anteriormente com cartão amarelo, por que cometer uma falta ‘besta’, quase na altura do meio de campo, pra matar jogada santista?
Logo, recebeu o segundo cartão amarelo e, consequentemente, o vermelho.
Aí você há de convir que treinadores convencionais ‘sacariam’ um atacante e procurariam reposição do setor com entrada de outro lateral, correto?
Mas Mozart Santos, treinador do Mirassol, não desistiu de tentar vencer a partida.
Imaginou que recuando o seu atacante de beirada Negueba para a função de lateral, eventualmente ele poderia aparecer no ataque, até porque havia incumbido o meio-campista Danielzinho para fazer uma dobra de marcação pelo setor.
FÁBIO CARILLE
É bacana quando no banco de reservas oposto também pode-se testemunhar um treinador que pensa o jogo, como o comandante santista Fábio Carille que, incontinenti, mudou radicalmente a ala esquerda de sua equipe, imaginando que poderia explorar jogadas sobre o improvisado Negueba, do Mirassol.
Carille colocou em campo o lateral-esquerdo Souza e atacante de beirada Pedrinho, ambos com vigor para o time santista ganhar intensidade pelo setor.
E foi em jogada com nascedouro pelo lado combinado que o time santista chegou ao segundo gol, com complemento através do atacante William Bigode, de cabeça.
MOZART REAGE
O que o Mirassol poderia fazer diante daquele cenário, em desvantagem no placar e a sua equipe com um homem a menos?
Entre as várias mexidas, como tentativa de ‘oxigenação’, Mozart apostou na troca de centroavante, sacando Delatorre – artilheiro do Paulistão com cinco gols -, para entrada de Mário Sérgio, que passou a se movimentar mais e foi premiado pelo oportunismo, já nos acréscimos, ao marcar o gol de empate.
Que jogo!
Como é válido observar treinadores que raciocinam quando a bola rola.