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Volta Redonda conquista título inédito em 2024

Campinas, SP, 16 (AFI) – A Série C do Campeonato Brasileiro de 2024 foi repleta de disputa, emoção e muita bola do primeiro até o último confronto. A edição terminou com campeão inédito, novatos e veteranos conquistando o acesso, e gente grande sendo rebaixada na reta final.

Durante 27 rodadas, divididas em três fases, foram disputadas 216 partidas, com 522 gols marcados, recorde de pontuação em campanha do líder na primeira fase, veteranos se destacando na artilharia e muito mais.

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VOLTA REDONDA CAMPEÃO DA SÉRIE C

O Volta Redonda conquistou o título inédito da Série C, 30 anos depois do vice-campeonato de 1995. Na primeira fase, somou a quinta melhor campanha, terminando em seguida na liderança do Grupo B dos quadrangulares, até conquistar o título na grande final.

Líder do Grupo B, encarou o Athletic de São João del-Rei, dono da melhor campanha do Grupo C. Na primeira decisão, se enfrentaram no Raulino de Oliveira, na cidade fluminense, onde o Voltaço venceu por 1 a 0, com gol de Heliardo Silva, que precisou de sete minutos em campo para aos 22 minutos do segundo tempo, marcar seu único gol em três jogos na competição.

Volta Redonda foi campeão da Série C 2024 (Foto: @pamelattorresfotografia)

No confronto decisivo do título, o Volta Redonda teve sabedoria para visitar o Guerreiro na Arena Sicredi, conquistando nova vitória e o título da Série C. Foi na conta dos protagonistas que uma vitória por 2 a 0 se consolidou, em gols de PK e Bruno Santos, além das assistências de MV e Robinho, respectivamente.

Foram 15 vitórias, sete empates e cinco derrotas, com 41 gols marcados e 32 sofridos em toda a competição. Há exatamente 30 anos, o Voltaço havia batido na trave, quando viu o XV de Piracicaba, no saldo de gols, ser campeão da terceira divisão.

ACESSO INÉDITO E VETERANOS DE VOLTA

O Volta Redonda volta à Série B após 27 anos, já que disputou a divisão pela última vez em 1998. Outro clube que não disputava a divisão há décadas era a Ferroviária, que não joga a segundona desde 1995.

Ferroviária volta à Série B após 30 anos (Foto: @fotoscarolinaborges)

Por outro lado, o Remo, que também conquistou o acesso, volta depois do rebaixamento de 2021. O Athletic, por sua vez, vai estrear na Série B em 2025, em seu oitavo ano desde o retorno ao futebol profissional.

REBAIXAMENTO DRAMÁTICO

Com apenas 19% de aproveitamento na primeira fase, o São José-RS foi rebaixado antecipadamente, na 16ª rodada, restando ainda três para o fim da etapa inicial da Série C, até então com apenas uma vitória e seis pontos conquistados.

A lista foi completada por Ferroviário, que chegou até a competição depois de conquistar o título da Série D no ano anterior, Aparecidense, que em 2022 chegou aos quadrangulares, mas no ano seguinte já lutava contra o rebaixamento, e o tradicionalíssimo Sampaio Corrêa, que na última rodada respirava com chances mínimas de sobrevivência, e de fato não se sustentou na divisão, despencando da Série B para a Série D em duas temporadas.

POLÊMICA NO Z-4

A Bolívia Querida ainda emergiu em polêmica para tentar se livrar do Z-4. Após a última rodada, acionou o Caxias no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) tentando provocar uma punição do Grená do Povo, que culminaria na perda de pontos e consequente salvação para o Paio.

Lateral Yuri Ferraz (Foto: Vitor Soccol / SER Caxias)

O debate se dá pela utilização do lateral-direito Yuri Ferraz, do Caxias, na Série C do Campeonato Brasileiro. O defensor já havia jogado quatro vezes na competição, e o Regulamento Específico da Competição (REC) prevê limite de três jogos para atuar por outro clube. Em um dos jogos, no entanto, não foi registrado na súmula por erro da arbitragem.

Até o momento, o caso não foi julgado no STJD, e portanto o Sampaio Corrêa segue rebaixado.

CAMPANHA HISTÓRICA NA 1ª FASE

Desde 2022, a primeira fase da Série C é disputada em grupo único, onde cada clube enfrenta todos os adversários da competição em 19 rodadas.

Nessa dinâmica, o Botafogo-PB fez história na fase inicial ao somar 41 pontos na terceira edição seguida em que esse formato é disputado. Foram 41 pontos conquistados e um total de 72% de aproveitamento dos pontos, com 12 vitórias, cinco empates e apenas duas derrotas.

Belo fez melhor campanha da história da 1ª fase (Foto: Cristiano Santos)

No primeiro ano, Mirassol, Paysandu e Figueirense ficaram empatados nas primeiras posições, todos com 33 pontos. No ano seguinte, o Operário fez 36, até que o Belo instaurou o novo recorde.

SURPRESA NOS QUADRANGULARES

O Athletic também ficou em destaque, já que, mesmo terminando em segundo, somou 40 pontos. Outra equipe que chamou atenção foi a Ferroviária, invicta durante as primeiras 18 rodadas, tendo sofrido sua única derrota da primeira fase para o líder Botafogo, na rodada 19.

Após a primeira fase, os quadrangulares tiveram seu formato repetido, o mesmo implantado em 2020 onde os oito classificados são divididos em dois grupos e enfrentam seus três adversários em seis rodadas, atuando três vezes como mandante e outras três como visitante.

Melhores campanhas na primeira fase, Botafogo-PB e São Bernardo tropeçaram pelo segundo ano seguido nos quadrangulares, desta vez dividindo o Grupo B. A dupla foi eliminada com uma rodada de antecedência, e viu Volta Redonda e Remo disputarem a vaga para a decisão no último jogo, mas ambos com o acesso em mãos.

Athletic conquistou segundo acesso seguido (Foto: Divulgação / Athletic)

No Grupo C, a briga foi de ponta a ponta. Enquanto a Ferroviária encerrou o primeiro turno com 77% de aproveitamento e encaminhou sua classificação, a confirmação só aconteceu na última rodada, depois de aparecer empatada em pontos com Athletic e Londrina, além do Ypiranga aparecer apenas um tento atrás.

Favoritos desde o início, a dupla do Sudeste venceu os sulistas na rodada decisiva e conquistou o acesso. Com saldo de gols superior, o Esquadrão de Aço foi até a decisão da Série C.

NEM G-8, NEM Z-4

Os outros oito clubes formaram o grupo dos ‘nem-nem’, aqueles que não alcançaram a segunda fase, mas também não sofreram o rebaixamento. O Náutico foi o primeiro da lista, terminando um ponto atrás do Remo, mas mais uma vez morrendo na praia quando o assunto é se classificar na última rodada, assim como aconteceu em 2023.

O CSA ajustou a casa no decorrer da competição e terminou na primeira metade, mesmo depois de passar nove rodadas sem uma única vitória na reta inicial. Em 11º, o Figueirense foi mais um que flertou com o G-8, mas na última rodada dormiu sem a classificação, assim como o Tombense, que despencou na reta final.

O Confiança foi liderado por Mazola Júnior na reta final e viu o treinador cumprir com a palavra. Após o “não vamos cair”, a equipe sergipana realmente resistiu ao descenso. Já o ABC, que terminou logo abaixo, terminou como eterna promessa, a todo momento com um gostinho de quero mais, mas almejar não trouxe o resultado ao time potiguar que só se livrou do Z-4 na última rodada.

Apesar dos trâmites na justiça, o Caxias se livrou do rebaixamento com antecedência e assistiu a briga de camarote na última rodada, enquanto o Floresta, que não conquistou sequer um ponto nas primeiras sete rodadas, também entrou na rodada decisiva sem nada a disputar, e com a permanência decidida.

Paulo Sérgio marcou dez vezes na Série C (Foto: Gabriel França / CNC )

ARTILHEIROS

Do início ao fim, a artilharia da Série C foi extremamente disputada, e recheada de goleadores veteranos. Ao fim da competição, Paulo Sérgio, do Náutico, aos 35 anos de idade, e Kayke, do São Bernardo, com 36, encerraram o torneio com dez gols marcados cada, no topo do ranking.

Em seguida, com nove gols, os trintões seguiram dominando. Jonathas, do Athletic, aos 35 anos, e que deixou o clube após 11 partidas, rumo ao América-MG; Tiago Marques, capitão do CSA, aos 36, e Carlão, da Ferroviária, de 32 anos.